Minicontos


(O tempo era curtíssimo, menos de 15 minutos. A proposta, criar mininarrativas a partir de características determinantes de um personagem. E não é que a molecada conseguiu! Aqui vão algumas amostras de contos curtinhos de reflexão sobre a humanidade, bom humor, solidão e inadaptação social, amor etc.)

Rastejando, dia e noite, na floresta, assim era a vida da cobra. Tudo mudou quando, ao tentar capturar um pequeno rato que subia pela árvore, a cobra ficou de pé. Com o tempo, sua cauda dividiu-se em duas pernas, e brotaram braços de seu corpo. Suas escamas foram substituídas por uma pele macia com alguns pêlos e ela não sibilava mais. Estranhamente, ocorreu o mesmo com as cobras ao seu redor.
Pouco a pouco, começou a surgir uma cidade dentro da floresta. A cidade das cobras. Os humanos tomaram conhecimento do corrido e foram para tal cidade. As cobras e os humanos descobriram que possuíam muitas semelhanças.
Durante uma confraternização, houve uma discussão entre as cobras, que já não eram mais cobras como as conhecemos, e os humanos. Eu estava lá.
Não consigo explicar o que estava acontecendo: não conseguia distinguir quem era cobra, quem era humano.
Viviane e Maria Beatriz, Kepler

José gostava muito de pássaros. De tanto viver com eles, aprendeu a piar. Anos depois, aprendeu a voar. Ao tentar migrar com eles, porém, seus braços-asas não agüentaram, ele caiu e morreu.
Guilherme Ribeiro e João Theodoro, Hubble

Era uma vez um lugarzinho no meio do nada, onde circulava a lenda de uma casa que, quando casais mudavam-se para lá, logo depois se separavam.
Muitos romances e casamentos acabaram por lá, mas mês passado um novo par se mudou para essa casa. E para a surpresa das pessoas, não se separou. Ele e ela provaram que a lenda não era real e sim o amor que eles construíram, diferente dos casais anteriores, que não aceitavam os erros e deficiências de cada um.
Luiza Carvalhaes e Veridiana Paguda, Kepler

Existem pessoas que são alegres, comunicativas e se expressam sem dificuldade. Esse não era o caso de Oscar, o homem-ostra. Era assim que era chamado por seus colegas, não por parecer uma ostra, mas por agir como uma. Seu terno cinza era como sua casca, e sua pele de mármore, tão branca como a pérola que a casca protegia. Desnecessário dizer que ninguém simpatizava com ele. Um dia, o homem-ostra ficou preso no banheiro e como não estava acostumado a falar, não conseguiu gritar; e como não participava das atividades em grupo no trabalho, ninguém sentiu a falta dele. Por isso que, quando ouvir um barulho estranho no banheiro, não é sua imaginação. É seu Oscar, o homem-ostra, tentando se libertar.
Rúbia Volpe, Tycho

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